Música, sempre música ...
Porque de repente dei comigo a ouvir “Girlfriend
in a coma”, surpreendentemente vinda de onde não esperaria, lembrei-me que na
madrugada de segunda-feira, depois de com muito prazer ter dançado ao som de “Bigmouth
strikes again” dos The smiths, vi-me envolvida numa conversa, que não sendo
nova, nunca deixa de me surpreender. Alguém me disse que tinha acabado de
dançar a pior música deles, o que me deixou logo incomodada. Quanto a mim, a
frase “pior música” não se aplica aos The Smiths. E até admito que a letra não
seja muito interessante, mas a música tem um “balanço” interessante e é cheia
de garra. É uma letra sobre alguém que meteu “a pata na poça” e que se sente
mal por isso, coisa que já nos aconteceu a todos, acho. E pronto… até é o toque
do meu telemóvel.
Mas o que me incomodou mais foi a
afirmação de que a melhor música é “There is a light that never goes out”. Já
aqui escrevi algo onde dei esta música como exemplo (http://na-corda-bamba.blogspot.pt/2015/02/comunicar-atraves-de-musica-ou-nao.html)
e por isso não me vou alongar muito. Talvez seja a mais conhecida, a mais
ouvida, mas também a menos compreendida. E a conversa derivou de novo para aí.
Esta não é uma música de amor, não é uma música bonitinha. Fala de desespero, da
busca por uma esperança que pode nem lá estar. Mas continua a suscitar muito “love”,
a ser dedicada a cara-metade e por aí fora.
“E se um autocarro de dois andares chocar connosco, morrer ao teu lado é
uma maneira celestial de morrer” não é romântico, deixem-se disso.