sexta-feira, abril 22

Fragmentos para mim

I.
Baixou um nevoeiro sobre lisboa.
A luz intensa do sol voa espelhada nos frescos atomos de agua que o vento leva para dentro das janelas estreitas na pele e no betão.
3 climas. 3 notas de frescura.
3 notas de suor... A natureza conspira de surpresa a nosso favor.

II.
Luzes apagadas. Rothmans lights e Antony.
Mar de gestos e silêncio: um toque partiu duas pontes ao meio que se erguem como torres de metal sobre as duas margens coladas de um rio.

III.
Chove na Amadora.
Sinto em força na pele as chamas invisivéis do calor numa dança friccionada com o atrito das gotas de agua.
Agua de lume e fogo de frescura.
Banho de ar respirável até ao fim do ventre.
Ar sonhado que nascido sem inicio nem fim,
Nos espera num berço de sede e gelo.

IV.
O bilhete que gostaria de ter deixado na mesa de cabeceira:
Descansa bem como se eu estivesse ao teu lado. Beijo incansável e continuo.

V.
Diário de bordo do Comandante John Sundays:
Tomo um café numa esplanada cheia de luz vinda do sol que ilumina o planeta Amadora. Antes de regressar á nave Corda aos Sapatos, para ir para o Stélite Casa, vou fumar um cigarro e lembrar-me do curto e memorável fim-de-semana no Planeta Laranjeiro.
Mas não basta viver de memórias, é preciso criá-las.
Bem, depois de fumar um cigarro vou adquirir o combustivél que alimenta o sistema de vida do Satélite Casa. Um cigarro com sabor a memória, dos momentos passados na intensa e intima companhia da Comissário Deo Beautifull da União Planetária Amadora-Laranjeiro. Um cigarro com sabor a futuro também...
(continua).

VI.
Navegando pela constelação Ministério da Defesa até encontrar a tua Supernova mensagem Comissária, e tu?
Desculpe tratá-la por tu, mas assim se tratam as Musas que voam entre estrelas que criam á sua passagem.

VII.
Perdi a Nave Corda Nos Sapatos e tive de apanhar shuttle 113 que liga os planetas Belém – Amadora.
... aguardo por amanhã, Comissária Deo Beautifull, com uma doce ansiedade, um momento de silêncio, toques, beijos e palavras que nos façam viajar sem naves.
Beijos Comissária.

VIII.
Estou agora a caminho de casa: o pensamento que tem mais pele e carne nos meus sentidos é o som da tua voz e a visão do teu rosto. Olhos verdes são floresta da terra e do mar próximos do silencioso deleite da memória na distancia. Ouço Peguim Café Orchestra no leitor de cassetes. Viajo com um amigo irmão de sangue e estou em silêncio.
Beijos muito grandes de um tipo que não provou gelado de noz.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pelos bons tempos, novos e velhos, beijos enorme para ti.

3:40 da tarde  

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