quinta-feira, novembro 3

Antony & The Johnsons

Quatro meses depois da Aula Magna, Antony and The Johnsons regressaram a Lisboa. No Coliseu dos Recreios, a noite de segunda-feira foi uma noite de canções de embalar e encantar.
Antony faz o que quer e lhe apetece da voz transformando qualquer som que lhe sai da garganta numa maravilhosa e harmoniosa melodia. A voz é o seu instrumento e a base de todo o seu trabalho, bem patente em «I Am a Bird Now», o álbum da digressão (que lhe valeu um Mercury Prize).
Antony continua a ser aquele ser algo estranho. Terrivelmente tímido, contando ritmos com as mãos, alto, pálido, de cabeleira negra, vestes pretas e maleta ao ombro, sentado ao piano que domina com mestria, com um sorriso simpático e bom humor.
Percebe-se melhor Antony e a sua música ao falarmos de Lou Reed, com quem trabalha regularmente e de quem interpretou a versão de "Candy Says". É um músico de canções e imagens.
A esta versão de Lou Reed, juntaram-se outras como "Afraid" de Nico, "The Guests" de Leonard Cohen e "Lonely" do nova-iorquino Moondog complementando o desfiar das suas canções como "My Lady Story" já um ícone, "You are my sister", "Fustfull of love", "For Today I Am A Boy" ou "Man Is The Baby", tendo sido o momento alto da noite "Hope There´s Someone".
Foi um concerto cheio de graça e harmonia, até na brincadeira do "Thank you", em que pôs o público a cantar o agradecimento. Talvez um pouco prolongada demais, mas com melodia e graciosidade.
Da 1ª parte, um "baladista" de nome Kevin (qualquer coisa, não me lembro) tenho pouco a dizer. Foi maçadora e desinteressante. Deu algumas "Fifias" na guitarra e acabou por ter o seu momento alto quando anunciou que a próxima seria a ultima canção (o público aceita quase tudo, mas quando quer é demolidor).
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