Mabeko e a diabetes
O felino macho cá de casa tem diabetes. Foi uma notícia que não gostei de receber.
Mas recebi. Para além de ter alterado grande parte dos meus hábitos, tive que me confrontar com uma série de situações e atitudes que me chatearam.
Começou logo pela questão que algumas pessoas me puseram, sem relação à possibilidade de eu o tratar ou livrar-me dele. Fiquei chocada! Não esperava que essa dúvida assolasse alguém. Mas a verdade é que segundo alguns artigos que li e mesmo segundo os veterinários que o tratam, 70% dos donos deixam-nos nos veterinários, abandonados portanto, ou acabam por os abandonar mais tarde quando se vêm confrontados com tudo aquilo que vem a seguir.
E o que vem a seguir não é fácil, mesmo nada fácil. Sabiam que custa tanto os tratamentos e internamentos de um gato como custa o de uma pessoa? E não existe segurança social para animais ou seja, nada de ajudas. De facto o orçamento familiar levou um grande abalo com a situação, aliás, ainda leva todos os meses, visto a diabetes ser uma doença sem cura, apenas controlável. Depois temos os aparelhos para controlo da glicemia. Ahhh, o que eu penei até conseguir comprar um aparelho. Depois de falar com todos os farmacêuticos da zona que me respondiam que só através do protocolo com cartão de diabético ou com receita médica do médico de família e que ainda se riam embora afirmando sempre a pena que tinham por não poderem ajudar quando eu lhes explicava que era para um gato, acabei por comprar através da Internet a uma parafarmácia espanhola, sem problemas e com entrega aqui em casa ao fim de 24h.
Ainda ninguém me conseguiu explicar porquê. É um aparelho quase igual ao aparelho de medir a tensão. Utiliza sangue é verdade, mas será que têm medo que alguém o utilize tanto que possa ficar sem pinga de sangue? Ou será que picar um dedo faz assim tanto mal á saúde? Ou isto tem a ver com o pleno controlo dos laboratórios?
Mas só o aparelho não chega, é preciso comprar as tiras de teste, coisa nada fácil também. Cada caixinha de tiras de teste (com 50 tiras, que a 2 testes diários apenas dá para 25 dias) custa mais que o aparelho, mas mesmo assim, todos os meses tenho que explicar ao farmacêutico porque quero comprar sem receita médica e depois de o convencer esperar 1 dia, porque as que têm lá são só para venda com receita médica ao abrigo do tal protocolo, e então tem que encomendar uma caixa exactamente igual ás que lá tem. Eu espero e volto lá no dia seguinte.
E depois temos as seringas. Cheguei á conclusão que provavelmente é mais fácil a um toxicodependente trocar uma seringa do que eu comprar. Lá tenho novamente que dar uma grande explicação e correr o risco de não ser muito bem tratada, coisa que já aconteceu, porque o senhor não tinha seringas nenhumas e era melhor eu sair e ir a outro lado, até porque já lhe tinham partido o balcão e tal. Um mimo de gente! Foi preciso passar por tudo isto para descobri a farmácia onde me tratam como deve de ser, apesar de ter ainda que dar explicações (ainda não em conhecem bem), para acabar com estas chatices mensais. O mais fácil é mesmo adquirir o principal, ou seja, a insulina, neste caso caninsulina, á venda em qualquer veterinário e por sinal até relativamente barata.
Posto isto, e se acrescentarmos o acordar cedo todos os dias, as medições e injecções duas vezes ao dia, o facto de não me poder ausentar de casa por mais de 12 horas, a alimentação especial e a horas certas, a duplicação de dejectos na areia, a impossibilidade de ir de férias ou a duplicação do orçamento para custear um petsitting e a angustia de por vezes ver o bicho não muito bem, até percebo (mas não aceito) os tais 70% que abandonam os animais.
Eu não o fiz, nem vou fazer. Estou cá para tratar dele e proporcionar-lhe a melhor vida possível.
Mas recebi. Para além de ter alterado grande parte dos meus hábitos, tive que me confrontar com uma série de situações e atitudes que me chatearam.
Começou logo pela questão que algumas pessoas me puseram, sem relação à possibilidade de eu o tratar ou livrar-me dele. Fiquei chocada! Não esperava que essa dúvida assolasse alguém. Mas a verdade é que segundo alguns artigos que li e mesmo segundo os veterinários que o tratam, 70% dos donos deixam-nos nos veterinários, abandonados portanto, ou acabam por os abandonar mais tarde quando se vêm confrontados com tudo aquilo que vem a seguir.
E o que vem a seguir não é fácil, mesmo nada fácil. Sabiam que custa tanto os tratamentos e internamentos de um gato como custa o de uma pessoa? E não existe segurança social para animais ou seja, nada de ajudas. De facto o orçamento familiar levou um grande abalo com a situação, aliás, ainda leva todos os meses, visto a diabetes ser uma doença sem cura, apenas controlável. Depois temos os aparelhos para controlo da glicemia. Ahhh, o que eu penei até conseguir comprar um aparelho. Depois de falar com todos os farmacêuticos da zona que me respondiam que só através do protocolo com cartão de diabético ou com receita médica do médico de família e que ainda se riam embora afirmando sempre a pena que tinham por não poderem ajudar quando eu lhes explicava que era para um gato, acabei por comprar através da Internet a uma parafarmácia espanhola, sem problemas e com entrega aqui em casa ao fim de 24h.
Ainda ninguém me conseguiu explicar porquê. É um aparelho quase igual ao aparelho de medir a tensão. Utiliza sangue é verdade, mas será que têm medo que alguém o utilize tanto que possa ficar sem pinga de sangue? Ou será que picar um dedo faz assim tanto mal á saúde? Ou isto tem a ver com o pleno controlo dos laboratórios?
Mas só o aparelho não chega, é preciso comprar as tiras de teste, coisa nada fácil também. Cada caixinha de tiras de teste (com 50 tiras, que a 2 testes diários apenas dá para 25 dias) custa mais que o aparelho, mas mesmo assim, todos os meses tenho que explicar ao farmacêutico porque quero comprar sem receita médica e depois de o convencer esperar 1 dia, porque as que têm lá são só para venda com receita médica ao abrigo do tal protocolo, e então tem que encomendar uma caixa exactamente igual ás que lá tem. Eu espero e volto lá no dia seguinte.
E depois temos as seringas. Cheguei á conclusão que provavelmente é mais fácil a um toxicodependente trocar uma seringa do que eu comprar. Lá tenho novamente que dar uma grande explicação e correr o risco de não ser muito bem tratada, coisa que já aconteceu, porque o senhor não tinha seringas nenhumas e era melhor eu sair e ir a outro lado, até porque já lhe tinham partido o balcão e tal. Um mimo de gente! Foi preciso passar por tudo isto para descobri a farmácia onde me tratam como deve de ser, apesar de ter ainda que dar explicações (ainda não em conhecem bem), para acabar com estas chatices mensais. O mais fácil é mesmo adquirir o principal, ou seja, a insulina, neste caso caninsulina, á venda em qualquer veterinário e por sinal até relativamente barata.
Posto isto, e se acrescentarmos o acordar cedo todos os dias, as medições e injecções duas vezes ao dia, o facto de não me poder ausentar de casa por mais de 12 horas, a alimentação especial e a horas certas, a duplicação de dejectos na areia, a impossibilidade de ir de férias ou a duplicação do orçamento para custear um petsitting e a angustia de por vezes ver o bicho não muito bem, até percebo (mas não aceito) os tais 70% que abandonam os animais.
Eu não o fiz, nem vou fazer. Estou cá para tratar dele e proporcionar-lhe a melhor vida possível.
23 Comments:
Uma aventura diária que toda agente cá em csa dispensava, principalmente o Mabeko! Quanto às outras aventuras e desventuras sobre o como arranjar aparelho, tiras e seringas, Kafka teria aqui material novo! Contudo, Não deixo de imaginar que há quem tenha de deixar os animais ao abandono porque não pode custear o tratamento. Isso, pelo menos para alguns, deve ser doloroso também! Beijos grandes, João.
Estou à espera dos resultados das análises feitas à minha cadelita.
Suspeita-se de "leishmaniose".
O que um mosquito infectado pode fazer.
Mas é dose, caramba!
Tens razão João, cá em casa toda a gente dispensava mesmo. Para alguns será doloroso não poder custear o tratamento, mas podem sempre ficar com eles e dar-lhes o tão necessário carinho. Estou convencida que a maior parte é mesmo por não quererem chatisses. Uns animais, portanto.
Beijos grandes.
Oh repórter, espero que isso não passem de suspeitas. Essa infecção pode ser fatal e inclusive pode infectar o homem. Que tudo não passe de um grande susto.
O veterinário disse que mesmo que se confirme a doença, a cadela pode fazer uma vida normal desde que religiosamente medicada.
Disse ainda que esse problema não afecta a raça humana, a menos que a picadela do mosquito se tivesse dado em terrenos terceiro-mundistas, pantanosos e tal.
Beijo.
Das duas análises que fizeram à minha cadelinha, uma deu negativo e a outra ainda não definiu nada.
O veterinário quer falar comigo e terça feira lá vou.
Bj.
provavelmente essa segunda análise tb vai dar negativo, assim o espero.
Andei a ler varios artigos entre eles alguns sobre leishmaniose e que fiquei com a ideia que se os humanos forem picados por um mosquito infectado tb contraiam a doença. Mas lá está, a internet é fértil em meias verdades,verdades confusas e mentiras.
Espero que corra tubo bem.
beijo
So do I
Beijo.
E os veterinários não podem fazer nada no sentido de vender esses materiais? As lojas de animais também não?
E que tal uma farmácia online para animais?
Enfim... beijos para ti, festinhas para o Mabeko e força para os 3! :)
Mabeka
Tive hoje uma boa notícia.
As duas análises a que a minha cadelinha foi sujeita, deram negativo.
Agora, no próximo sábado, entramos numa nova fase. Vou ao vet que vai indicar uns banhos especiais. Se melhorar, tudo ok, Se não melhorar, então terá que tirar sangue para ver se há, ou não, leshimaniose.
Aguardemos.
Bj.
Que materiais, São?
Isto faz parte do negócio. Ou entendi mal o que querias dizer?
Bj.
Materiais:
- seringas
- tiras de teste
- e até aparelhos...
Esclarecido Repórter? :)
(Gosto de muitas das tuas interpretações para os "tiros que dou para o ar", mas não foi o caso desta vez.)
(que dei tirinhos e tal...)
(eheheh)
espectacológica, os veterinários só podem vender os materiais, medicamentos, etc, especificos para animais, o que é o caso da insulina, que na versão animal se chama caninsulina. As seringas até têm, porque necessitam delas, mas não as podem vender, acabam por oferecer, mas acho mau todas as semanas ir pedir uma seringa ao vet.
os restantes materiais, tiras e aparelho, fazem parte do grande monopólio das farmacéuticas, que arranjaram um grande "protocolo" com o estado e que não lhes dá jeito fugir dele. Nem mesmo as parafarmácias em portugal os podem vender (segundo o senhor da parafarmácia aqui da frente). Parafarmácias/farmácias online só aqui as dos nossos vizinhos espanhois que curiosamente estão super preparados para atender os portugueses em 24h. E por cá a lei nem permite que existam dete tipo de vendas online, enfim.
beijos
repórter, ainda bem. Se as 1as análises deram negativo é muito bom sinal.
Mas estranho que se passe de um suspeita de leishmaniose para uns banhos "especiais". Não achas estranho?
beijos
São
Tu deves pensar que a minha fera anda a dar na veia. Deves, deves.
Seringas? Oh p'ra ela!
Mabeka
O trajecto é a subir: primeiro as análises de primeiro despiste. Depois, os tais banhos, já que (quase) tudo indica que seja um grande problema de pele. Só a seguir, o sangue. Para despistar a leishmaniose.
Beijitos a ambas.
ahhhh entendo repórter.
Mas, meninos... organizem-se! Quem compra seringas sou eu. É a minha fera que anda a dar na veia, ups, é mais na pele.
Vocês.....
Beijos
A Saozita já desistiu.
Com medo dos meus beijitos.
Olha, guarda-os tu mas não dividas com ela. É má e...verde ;)
Desisti do quê? :)
Este Repórter às vezes delira... mas é giro! :)
Eu até sou boazinha... *cof* *cof*
mas lá está, também sou verde, enfim.
Outra esverdeada?
Chiça pah
Nova visita ao vet e ...
1 - As análises feitas dão negativo;
2 - Foi-lhe hoje encomendado um banho especial (3xsemana) com um produto especial para problemas dermatológicos;
Se não melhorar com estes banhos, a serem feitos durante duas semanas, vamos ao sangue: retirar alguma quantidade para despiste da leishmaniose;
O que eu estou a achar muito estranho é que ela está a ficar com a pele escura. Para além de ter em todo o corpo, grande quantidade de "caspa".
Começo a não gostar disto!
Beijinho, Mabeka
oh reporter, só o vet é que pode dizer o que realmente se passa com a bicha. Mas ás tantas é um fungo qualquer que anda a molestar a pequena e lá está, os tais banhos secalhar até resolvem isso.
beijos e as melhoras da moça
Boa noite
Nas buscas que faço na net descobri este chat. Sei que esta aflito para adquirir tiras para o teste de insulina do seu gato. Eu sou diabetica Mellinus II, daí ter com facilidade tiras de insulina com receita médica, oque fica muito mais barato. Nao sei onde mora, mas se quiser adquiri-las tenho comigo uma receita da Caixa. Se estiver interessado contacte-me para o 96 68 75 898.
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