terça-feira, outubro 19

CONTO: "A ilusão dos olhos faladores, 10 segundos após a existência das lâminas" (Parte II)

(continuação...)
O Eu, como já estava cansado daquele olhar frio que não conseguia segurar nem compreender, decide sorrir, embora com algum receio. A espera de uns escassos décimos de segundo pela reacção, iria tornar-se insuportável, mas eis que............GLÓRIA!!!!! Ele responde ao sorriso com outro sorriso, mas esse mais acentuado, já sem estar acompanhado de receio, mas sim recheado de uma maravilhosa alegria. Como se o sorriso por si só não bastasse, o Lâminas, dirige-se, por entre o mobiliário, para a mesa onde se encontrava o Eu. O Eu sente-se terrivelmente mal, devido ao nervosismo, pensa que vai desmaiar. Olha para o lado e decide não o fazer, o chão parece demasiado desconfortável. Volta a olhar em frente e vê o Lâminas, agora já à sua frente, perguntando qualquer coisa. Os nervos são tantos que não consegue ouvir. Por fim, decide esquecer o sistema nervoso e voltar mais ao real.
O Lâminas volta a perguntar se pode fazer-lhe companhia e, após ouvir a tímida afirmativa, possivelmente desejada, senta-se, acende um cigarro e volta a penetrar o seu olhar no Eu. Depois das breves apresentações e respectivos sorrisos, conversam sobre si e sobre os seus afazeres.
O empregado chega com mais um café para aquela mesa, e mais uma vez se dá a troca de bens. O ritual recomeça, mas desta vez o seu protagonista é o Lâminas. Terminado o ritual, a conversação recomeça e parece não ir acabar nunca. No entanto, esta conversa termina passada uma dezena de minutos. Cessa a conversa e ambos se levantam dirigindo-se para a porta. Que se terá passado, afinal? Querem mesmo saber? - Ninguém pode mais ter a sua intimidade, bolas!!...
Bom, o Lâminas, muito simplesmente, convidou o Eu para jantar em sua casa. O Eu aceitou, embora com alguma relutância inicial. Lá foram os dois, até casa do Lâminas.
Essa casa não fica muito longe do antro, logo não tiveram de andar muito. Chegaram, e por serem apenas os dois a ocuparem aquelas instalações de bem-estar, o Eu, agarrando-se ao seu bem-estar, pode ficar à vontade.
Continuam a falar dos seus gostos e desgostos, enquanto o Lâminas preparava aquilo que seria o jantar, com a ajuda do Eu, claro.
Falaram bastante e beberam ainda mais, pois, definitivamente, a saliva gasta-se
.
(Continua...)

1 Comments:

Blogger mabeka said...

Nem sempre é tão natural assim... :)

12:50 da manhã  

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