Ah, o tempo...
Ultimamente tenho-me debatido com a
questão “tempo”. Ora porque o tempo tudo resolve, ora porque não há tempo, e
outras vezes ainda porque é preciso dar tempo. A conclusão a que chego é de
que, comodamente lá vamos transferindo a responsabilidade para o tempo.
O tempo não resolve nada. O que acaba por
acontecer é que as questões perdem a importância ou o sentido. Ou seja, não
resolvemos o problema, ficamos sem saber qual a consequência da resolução e no
final, estamos mais pobres sem ter aprendido nada. Mas, pensam vocês, há
problemas que não têm resolução e nesses casos o tempo resolve. Será mesmo? Eu
acho que os problemas ficam lá, escondidos, recalcados, com uma série de outras
coisas em cima. Não deixamos de sentir que perdemos algo. E invariavelmente
corremos o risco de eles voltarem, com contornos mais difíceis, requintados de
malvadez.
Depois temos aquelas pessoas que nunca
têm tempo. Pois, do tempo dos outros ou da falta dele, nada posso dizer. Cada um
lida com a falta de tempo da maneira que quiser. Quanto a isto o que posso
dizer é que, para o que quero realmente fazer nunca me falta tempo e quando
sinto que vai faltar, arranjo-o. Porque se não tenho tempo para fazer algo ou
para alguém, então, talvez seja apenas por não me interessar assim tanto, não
será? Se calhar não é bem assim e eu é que sou demasiado exigente comigo e
consequentemente com os outros. Talvez seja isso. Mas mesmo assim, acho que a
falta de tempo vai servindo como desculpa.
Agora, dar tempo ao tempo, é uma outra
coisa. Pode parecer que é idêntica ao “o tempo tudo resolve”, mas não é. Dar
tempo para que algo aconteça, dar tempo para que estejam reunidas as condições,
dar tempo para que se arranje tempo (esta foi de mazinha), enfim, dar tempo.
Confesso que me custa dar tempo. Tenho sempre
a necessidade de resolver as “coisas” rapidamente, sejam lá elas quais forem.
Até para deixarem de me incomodar ou para poder usufruir em pleno delas. Este
modo de pensar acaba por me tornar impulsiva, é verdade, e por no processo de
não dar tempo, meter os pés pelas mãos e perder ou complicar ainda mais. Mas
como diz a sabedoria popular, “burro velho não aprende” e julgo que
dificilmente irei mudar. Ou não.
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