quarta-feira, julho 15

O ralo Joaquim...



Hoje a propósito do ralo Joaquim (sim, dei-lhe um nome, e então?), que me tem acompanhado nos últimos dias, lembrei-me de um amigo, que infelizmente já não anda por cá. Este amigo vivia no Porto e a determinada altura começou a ser desafiado pela noite Lisboeta. Veio, arranjou trabalho na noite e por cá ia ficando a miúde. Durante um determinado período ficou alojado em casa de um outo amigo aqui na margem sul e ficou fascinado por numa zona urbana acordar com o som da bicharada. No caso dele, acho que eram mesmo ovelhas, o bicho que insistia em faze-lo abrir a pestana. Ele andava fascinado com isso e disso falava a toda a gente. Era “curioso” este meu amigo.

Eu por aqui, ovelhas não tenho (por enquanto), mas tenho ralos, ocasionalmente grilos e muita passarada com uma variedade de pios impressionante. Tenho até, de quando em vez, uma garça branca, maravilhosa, que me visita quando lhe apetece. Confesso que nem sempre me agrada o chilrear da passarada, principalmente quando acabei de chegar á cama e a ideia é adormecer, assim como por vezes me é difícil concentrar no trabalho com o Joaquim a elevar o silvo (não faço ideia como se designa o barulho que estes bichos fazem com as asas).

Há uns tempos atrás, depois de uma noite bastante agradável com um amigo, dizia “tenho que ir para casa que a passarada está quase a acordar e eu ainda vou adormecer ao som do chilrear”. Ele riu-se e disse-me que não sabia como o iria conseguir, pois a passarada ao nascer do dia, tende a fazer um “banzé” despropositado e descomunal. E quando tentava adormecer fui obrigada a dar-lhe razão. Mas isso não em impede de gostar bastante de os ter bem por perto. Já o Joaquim…
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