segunda-feira, maio 28

Mabeko e a diabetes


O felino macho cá de casa tem diabetes. Foi uma notícia que não gostei de receber.
Mas recebi. Para além de ter alterado grande parte dos meus hábitos, tive que me confrontar com uma série de situações e atitudes que me chatearam.
Começou logo pela questão que algumas pessoas me puseram, sem relação à possibilidade de eu o tratar ou livrar-me dele. Fiquei chocada! Não esperava que essa dúvida assolasse alguém. Mas a verdade é que segundo alguns artigos que li e mesmo segundo os veterinários que o tratam, 70% dos donos deixam-nos nos veterinários, abandonados portanto, ou acabam por os abandonar mais tarde quando se vêm confrontados com tudo aquilo que vem a seguir.
E o que vem a seguir não é fácil, mesmo nada fácil. Sabiam que custa tanto os tratamentos e internamentos de um gato como custa o de uma pessoa? E não existe segurança social para animais ou seja, nada de ajudas. De facto o orçamento familiar levou um grande abalo com a situação, aliás, ainda leva todos os meses, visto a diabetes ser uma doença sem cura, apenas controlável. Depois temos os aparelhos para controlo da glicemia. Ahhh, o que eu penei até conseguir comprar um aparelho. Depois de falar com todos os farmacêuticos da zona que me respondiam que só através do protocolo com cartão de diabético ou com receita médica do médico de família e que ainda se riam embora afirmando sempre a pena que tinham por não poderem ajudar quando eu lhes explicava que era para um gato, acabei por comprar através da Internet a uma parafarmácia espanhola, sem problemas e com entrega aqui em casa ao fim de 24h.
Ainda ninguém me conseguiu explicar porquê. É um aparelho quase igual ao aparelho de medir a tensão. Utiliza sangue é verdade, mas será que têm medo que alguém o utilize tanto que possa ficar sem pinga de sangue? Ou será que picar um dedo faz assim tanto mal á saúde? Ou isto tem a ver com o pleno controlo dos laboratórios?
Mas só o aparelho não chega, é preciso comprar as tiras de teste, coisa nada fácil também. Cada caixinha de tiras de teste (com 50 tiras, que a 2 testes diários apenas dá para 25 dias) custa mais que o aparelho, mas mesmo assim, todos os meses tenho que explicar ao farmacêutico porque quero comprar sem receita médica e depois de o convencer esperar 1 dia, porque as que têm lá são só para venda com receita médica ao abrigo do tal protocolo, e então tem que encomendar uma caixa exactamente igual ás que lá tem. Eu espero e volto lá no dia seguinte.
E depois temos as seringas. Cheguei á conclusão que provavelmente é mais fácil a um toxicodependente trocar uma seringa do que eu comprar. Lá tenho novamente que dar uma grande explicação e correr o risco de não ser muito bem tratada, coisa que já aconteceu, porque o senhor não tinha seringas nenhumas e era melhor eu sair e ir a outro lado, até porque já lhe tinham partido o balcão e tal. Um mimo de gente! Foi preciso passar por tudo isto para descobri a farmácia onde me tratam como deve de ser, apesar de ter ainda que dar explicações (ainda não em conhecem bem), para acabar com estas chatices mensais. O mais fácil é mesmo adquirir o principal, ou seja, a insulina, neste caso caninsulina, á venda em qualquer veterinário e por sinal até relativamente barata.
Posto isto, e se acrescentarmos o acordar cedo todos os dias, as medições e injecções duas vezes ao dia, o facto de não me poder ausentar de casa por mais de 12 horas, a alimentação especial e a horas certas, a duplicação de dejectos na areia, a impossibilidade de ir de férias ou a duplicação do orçamento para custear um petsitting e a angustia de por vezes ver o bicho não muito bem, até percebo (mas não aceito) os tais 70% que abandonam os animais.
Eu não o fiz, nem vou fazer. Estou cá para tratar dele e proporcionar-lhe a melhor vida possível.


quarta-feira, maio 16

Recomeço?


Huuummmmm ...

Que sossego que por aqui paira...
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